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Definindo Fixtures

Testes automatizados precisam ser executados muitas vezes. Para nos assegurarmos de que o processo de testes é repetível, gostaríamos de rodar os testes em algum estado conhecido chamado fixture. Por exemplo, para testar a funcionalidade de criação de posts em uma aplicação de blog, toda vez que rodarmos os testes, as tabelas armazenando os dados relevantes sobre posts (por exemplo, a tabela Post, a tabela Comentario) devem ser restauradas a algum estado fixo. A documentação do PHPUnit explicou bem a definição de fixtures genéricas. Nesta seção, descrevemos principalmente como configurar fixtures de banco de dados, como acabamos de descrever no exemplo.

Configurar fixtures de banco de dados talvez seja uma das partes mais demoradas ao testar aplicações Web com banco de dados. O Yii introduz o componente de aplicação CDbFixtureManager para aliviar este problema. Ele basicamente faz as seguintes coisas ao rodar um conjunto de testes:

  • Antes que todos os testes rodem, ele reseta a algum estado conhecido todas as tabelas relevantes para os testes.
  • Antes que um único método de teste rode, ele reseta as tabelas especificadas para algum estado conhecido.
  • Durante a execução de um método de teste, fornece acesso às linhas dos dados que contribuem com a fixture.

Para utilizar o CDbFixtureManager, nós o configuramos na configuração da aplicação, conforme segue,

return array(
    'components'=>array(
        'fixture'=>array(
            'class'=>'system.test.CDbFixtureManager',
        ),
    ),
);

Então fornecemos dados à fixture no diretório protected/tests/fixtures. Este diretório pode ser personalizado para apontar para um diferente configurando-se a propriedade CDbFixtureManager::basePath na configuração da aplicação. Os dados da fixture são organizados como uma coleção de arquivos PHP chamados de arquivos de fixtures. Cada arquivo de fixture retorna um array representando as linhas de dados iniciais para uma tabela em particular. O nome do arquivo é o mesmo que o nome da tabela. Segue um exemplo de dados de fixture para a tabela Post, armazenados em um arquivo chamado Post.php:

<?php
return array(
    'exemplo1'=>array(
        'titulo'=>'post de testes 1',
        'conteudo'=>'conteúdo do post de testes 1',
        'dataCriacao'=>1230952187,
        'autorId'=>1,
    ),
    'exemplo2'=>array(
        'titulo'=>'post de testes 2',
        'conteudo'=>'conteúdo do post de testes 2',
        'dataCriacao'=>1230952287,
        'autorId'=>1,
    ),
);

Como podemos perceber, duas linhas de dados são retornadas no exemplo acima. Cada linha é representada como um array associativo cujas chaves são nomes de colunas e cujos valores são os valores das colunas correspondentes. Além disso, cada linha é indexada por uma string (exemplo1, exemplo2) que é chamada de alias de linha. Mais tarde, quando escrevermos os scripts de testes, podemos convenientemente nos referir a uma linha por seu alias. Descreveremos isso em detalhes na próxima seção.

Você pode notar que nós não especificamos os valores da coluna id na fixture acima. Isso porque a coluna id está definida como uma chave primária auto-incrementável cujo valor será preenchido quando inserimos novas linhas.

Quando o CDbFixtureManager é referenciado pela primeira vez, ele percorrerá todos os arquivos de fixture e os usará para resetar as tabelas correspondentes. Ele reseta uma tabela truncando a mesma, resetando o valor da sequence da chave primária auto-incrementável, e então inserindo na tabela as linhas de dados do arquivo de fixture.

Algumas vezes podemos não querer resetar todas as tabelas que têm um arquivo de fixture antes de rodarmos um conjunto de testes, porque resetar muitos arquivos de fixtures pode demorar bastante tempo. Neste caso, podemos escrever um script PHP para fazer o trabalho de inicialização de uma forma personalizada. O script deve ser salvo em um arquivo chamado de init.php sob o mesmo diretório que contém os outros arquivos de fixtures. Quando o CDbFixtureManager detecta a existência deste script, ele o executará ao invés de resetar todas as tabelas.

Também é possível que nós não gostemos da maneira padrão de resetar uma tabela, ou seja, truncá-la e inserir os dados de fixture. Se este for o caso, podemos escrever um script de inicialização específico para o arquivo de fixture. O script deve ser nomeado com o nome da tabela com o sufixo .init.php. Por exemplo, o script de inicialização da tabela Post seria Post.init.php. Quando o CDbFixtureManager vê este script, ele o executa ao invés de usar o jeito padrão de resetar a tabela.

Dica: Ter fixtures demais pode aumentar consideravelmente o tempo de testes. Por esse motivo, você só deve fornecer arquivos de fixture para as tabelas cujo conteúdo pode mudar durante o teste. Tabelas que só servem para consulta não mudam, e portanto não precisam de arquivos de fixture.

Nas próximas duas seções, descreveremos como utilizar as fixtures gerenciadas pelo CDbFixtureManager em testes unitários e funcionais.

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